sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Bêbado e O Equilibrista



Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua  tal qual a dona do bordel 
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas, que sufoco louco       

O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil, meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete
Chora a nossa pátria mãe gentil
Choram marias e clarisses no solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente não há de ser
inutilmente
A esperança dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista sabe que o show de
todo artista tem que continuar

Elis Regina
João Bosco & Aldir Blanc

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