Canta, canta minha gente
Deixa a tristeza pra lá
Canta forte, canta alto
Que a vida vai melhorar
Cantem o samba de roda
O samba-canção e o samba rasgado
Cantem o samba de breque
O samba moderno e o samba quadrado
Cantem ciranda e frevo
O coco, maxixe, baião e xaxado
Mas não cantem essa moça bonita
Porque ela está com o marido do lado
Quem canta seus males espanta
Lá em cima do morro ou sambando no asfalto
Eu canto o samba-enredo
Um sambinha lento ou um partido alto
Há muito tempo não ouço
O tal do samba sincopado
Só não dá pra cantar mesmo
É vendo o sol nascer quadrado
Canta Canta, Minha Gente - Martinho da Vila
Na minha casa todo mundo é bamba
Todo mundo bebe todo mundo samba
Na minha casa não tem bola pra vizinha
Não se fala do alheio, nem se liga pra Candinha
Na minha casa todo mundo é bamba
Todo mundo bebe todo mundo samba
Na minha casa ninguém liga pra intriga
Todo mundo xinga, todo mundo briga
Macumba lá na minha casa
Tem galinha preta, azeite de dendê
Mas ladainha lá na minha casa
Tem reza bonitinha e canjiquinha pra comer
Se tem alguém aflito
Todo mundo chora, todo mundo sofre
Mas logo se reza pra São Benedito
Pra Nossa Senhora e pra Santo Onofre
Mas se tem alguém cantando
Todo mundo canta, todo mundo dança
Todo mundo samba e ninguém se cansa
Pois minha casa é casa de bamba
Casa de Bamba - Martinho da Vila
Casa de Bamba - Martinho da Vila
Felicidade, passei no vestibular
Mas a faculdade é particular
Particular, ela é particular
Particular, ela é particular
Livros tão caros tantas taxas pra pagar
Meu dinheiro muito raro,
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro, alguém teve que emprestar
O meu dinheiro, alguém teve que emprestar
Morei no subúrbio, andei de trem atrasado
Do trabalho ia pra aula, sem
Jantar e bem cansado
Mas lá em casa à meia-noite tinha
Sempre a me esperar
Um punhado de problemas e criança pra criar
Para criar, só criança pra criar
Para criar, só criança pra criar
Mas felizmente eu consegui me formar
Mas da minha formatura, não cheguei participar
Faltou dinheiro pra beca e também pro meu anel
Nem o diretor careca entregou o meu papel
O meu papel, meu canudo de papel
O meu papel, meu canudo de papel
E depois de tantos anos,
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo de um pobre-coitado
E quem quiser ser como eu,
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado, vai penar um bom bocado.
O Pequeno Burguês - Martinho da Vila
Seqüência: Martinho da Vila & Os Originais do Samba
Um comentário:
OUVI MTO ESSAS MUSIKAS NA SUA CASA HJ! AUSHAUHS
BJS! TA
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